Tem sido um ano intenso e de muito trabalho. Alguns momentos de estresse e ansiedade. Uns dias cansativos e alguns períodos de noites de sono mais curtas (para alguns, por vezes até inexistentes). Mas, com certeza, tem sido um ano de sucesso e de transformação na educação do Brasil. Como é que isso deu certo? Um time de gente boa, escolhido dentre quase 2.000 participantes num processo seletivo pioneiro. Gente que não se conhecia e que hoje, meses depois, vê nos seus colegas seus melhores amigos.
Como um grupo espalhado pelo país todo (e até fora dele) conseguiu impactar a educação no Brasil? Filiar diretamente mais de 900 voluntários e atingir mais de 2.500 alunos com suas iniciativas? Reunir centenas de membros do movimento universitário de cursinhos num encontro nacional em São Paulo para discutir novos caminhos pra educação brasileira? O que esse grupo tem pra que isso tenha dado certo, e porque esse grupo precisa de você pra que continue dando?
A resposta curta é diversidade. Mas, para entender melhor, é importante ver o que essas pessoas tão diferentes têm em comum e como a diversidade se manifesta.
A Brasil Cursinhos trabalha tentando criar algo novo: uma rede de cursinhos populares onde os universitários voluntários desses cursinhos trabalham dando aulas e gerindo a organização, empoderando alunos em situação de vulnerabilidade social para que transponham as barreiras que o próprio sistema educacional brasileiro impõe quando eles pensam em acessar o ensino superior. Gerir uma rede nacional como essa já parece intimidador (a gente jura que é divertido também), mas gerir e criar ela ao mesmo tempo é um grande desafio. É um trabalho de explorar opções, rejeitar respostas fáceis, se ajudar mutuamente para enxergar o que, por si só, nenhum de nós enxergaria. É um trabalho que provoca o pensamento e ensina muito – e um trabalho no qual seria fácil fracassar. Por que, então, o apanhado eclético de pessoas de todas as regiões do Brasil e de diversos cursos universitários conseguiu avançar nessa tarefa?
Porque a Brasil Cursinhos, como organização, é formada por pessoas que, apesar de suas diferenças, dividem uma vontade imensa de transformar a educação no Brasil. Esse desejo comum de transformar e a consciência de que é impossível se atingir isso sozinho criou um time que é, sim, diverso, mas que sabe que depende um do outro e sabe ouvir o que sua diversidade tem a dizer. O que faz com que organizações funcionem com sucesso não é a presença de um ou dois “gênios”, muito menos competitividade interna, mas sim a existência de um objetivo comum pelo qual todos estão dispostos a batalhar com confiança, partilha do conhecimento e reciprocidade constante.
Numa organização como a Brasil Cursinhos, a vontade de ver a transformação acontecer faz com que os membros dividam ideias e preocupações em pé de igualdade, contribuam um para o pensamento do outro e se previnam desde cedo sobre potenciais riscos. O tamanho do problema contra o qual lutamos é muito grande, e ele se manifesta de formas diferentes nas diferentes regiões do Brasil.
Por isso, para que tenhamos qualquer chance de sucesso, precisamos de um time plural onde todos tenham voz, e no qual o jovem que busca a aprovação no vestibular por meio de um cursinho gratuito possa ver uma galera disposta a lutar por ele e possa se ver representado. Para mudar a educação no Brasil, não basta darmos o melhor de nós individualmente: temos que dar nosso melhor coletivamente, com atenção às perspectivas e preocupações de cada membro do time. Não basta termos os melhores e mais robustos tijolos no time se não tivermos algo que os mantenha firmemente unidos: uma vontade comum construída por todos.
E pra que você leu tudo isso? Porque talvez você seja o tijolo que falta para que a gente construa a organização de uma forma mais diversa, com uma visão mais completa de educação. Talvez você carregue em você a diversidade que pode fazer da nossa estrutura mais resistente e mais preparada para encarar o desafio da educação brasileira e transformar a vida de mais jovens, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, passando pelo Ceará e pelo Distrito Federal. Queremos cada vez conectar mais voluntários e permitir que mais jovens acessem a universidade Brasil afora.
Mudar a vida de jovens e combater os problemas do acesso ao ensino superior no Brasil é intimidador e nenhum de nós achou que conseguiria. Depois desse ano a gente viu que, junto, a gente consegue. Tijolos vindos de muitos lugares se juntaram para construir essa casa que fortaleceu suas estruturas, que está em constante reforma e que está de portas abertas, esperando você. E aí, bora construir mais pela educação no Brasil?