“Poder passar para outras pessoas um conhecimento que você adquiriu é uma satisfação enorme.”

Trajetórias, objetivos, desafios e sentimentos: Após o mês dos professores, a BC promove a primeira de duas entrevistas com alguns dos docentes dos Cursinhos Universitários Populares (CUPs).
Turma do Einstein Floripa, em 2019 – Einstein Floripa/divulgação

 

O #NosCUPs, uma das séries de conteúdo da Brasil Cursinhos neste ano, agora, neste mês de outubro, é uma homenagem mais do que merecida àqueles (as) que transformam a vida e os sonhos de milhares de estudantes dos Cursinhos Universitários Populares (CUPs) em realidade.  

Todos nós sabemos que o professor auxilia seus alunos a construírem seu próprio futuro, propósito e vocação. 

Mas tudo começa conosco, inicialmente, em nossos pensamentos. Afinal, “imaginação é tudo, é a prévia das atrações futuras”, disse Albert Einstein (1879-1955), físico teórico alemão, que desenvolveu a teoria da relatividade e, dentre tantos, foi laureado com o Prêmio Nobel de Física, em 1921. 

Classificado como a pessoa do século XX, pela revista norte-americana TIME, esse filho de uma família de judeus-alemães dá nome ao Einstein Floripa, cursinho popular localizado em Florianópolis, capital de Santa Catarina – Estado marcado pela imigração alemã – mais precisamente na Ilha homônima, a “Ilha da Magia”.

Dentre os 500 mil habitantes da cidade está Marina Aime Budnikar, uma argentina radicada em terras brasileiras. 

E se a terra-natal de Marina já angariou 5 vezes o Prêmio Nobel, da fisiologia à medicina, sendo o último em 1984, hoje, ela é graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e professora de espanhol do cursinho catarinense. 

Concomitantemente, ela atua com alma e coração, lecionando seu idioma pátrio, para que, futuramente, estudantes brasileiros possam usufruir dos inúmeros benefícios que a educação pode promover em suas vidas.

A fim de saber mais sobre seus objetivos, emoções e como é ser uma profissional do ensino pré-vestibular, a BC teve o prazer de entrevistá-la, recentemente, como você pode conferir abaixo.      

 

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Marina Aime Budnikar – Professora de Espanhol do Einstein Floripa e universitária da UFSC – Foto: Marina A. Budnikar

 

Quem é Marina Aime?

A Marina é uma mistura de diferentes características e interesses. Com um pé nas exatas e outro nas humanas, acabei chegando no curso de Arquitetura e Urbanismo. Mas também sou uma argentina (morando há muitos anos no Brasil) que gosta muito de linguagens e comunicação. 

Somado a isso tudo, sempre estive conectada com a educação e acredito muito nela – assim, acabei chegando ao Einstein Floripa! 

 

O que é o Einstein Floripa?

O Einstein Floripa é um cursinho pré-vestibular social, gratuito, voltado para atender parte da população de baixa renda que tem o desejo de ingressar numa instituição de ensino superior. A mágica desse projeto está no método “de aluno para aluno” pois são universitários, dos mais diversos cursos, que atuam como docentes e organizadores dentro do projeto. 

Dessa forma, além do Einstein colaborar para diminuir uma lacuna no cenário educacional brasileiro, ele também desenvolve os graduandos voluntários do projeto.

 

Como chegou até o Cursinho? De que forma conheceu a Organização? 

Meu primeiro contato com o Einstein foi em 2018, em um evento de orientação profissional organizado pelo próprio cursinho, dentro da UFSC. Como estudante de ensino médio, participei do evento e acabei me interessando pelo projeto e procurei conhecer mais. 

Em 2019, então, fui aprovada no processo seletivo de alunos e foi aí que comecei a viver uma vida de Einsteiniana.

 

Em prol de quais motivações, objetivos e questões pessoais e profissionais, você está atuando no Einstein Floripa? 

Educação e desigualdade sempre foram pautas muito importantes para mim. Sendo assim, ter sido aluna em 2019 me permitiu ver todos os voluntários do projeto motivados pelo propósito de transformar a educação brasileira, e isso com certeza alimentou minha vontade de contribuir como docente em 2020. 

É claro que ser voluntário no Einstein desenvolve muitas das nossas habilidades pessoais, mas a motivação real, para seguir firme no projeto semana a semana, se dá na sensação de poder compartilhar conhecimentos e ajudar pessoas que querem conquistar os mesmos objetivos que eu já tive um dia.

 

Como avalia sua experiência pelo Cursinho?

Tanto em 2019, como em 2020, tive ótimas experiências. Ver tanta gente engajada, com pensamentos e propósitos tão parecidos com os meus me dão a esperança de que um dia sejamos uma sociedade mais justa e igualitária.

 

A atual pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19) acirrou desigualdades socioeconômicas e educacionais. A partir daí, quais as maiores dificuldades que tem enfrentado no exercício do seu cargo?

Para mim, um dos maiores desafios é seguir com um padrão de aula conteudista (voltada aos vestibulares), considerando que a situação que vivemos é extremamente atípica. Às vezes é difícil manter-se na linha, sabendo que alguns alunos não possuem boas condições de acesso às tecnologias e o ambiente de estudos em casa não é apropriado. 

Além disso, não poder ver os alunos e ouví-los espontaneamente durante a aula (como seria presencialmente) me impede de conhecê-los e perceber se realmente estão entendendo o conteúdo passado.

 

Como tem lidado com as questões pedagógicas e pessoais dos alunos dentro e fora de sala?

Tanto dentro quanto fora de sala de aula, procuro exercer ao máximo minha empatia e mostrar que estarei presente para ouvir e ajudar sempre que for necessário.

 

E o que tem feito perante esse quadro (mencionado na questão acima)?

Quando estou em sala, sempre motivo e reforço aos alunos a importância de seguir estudando – pois a educação vai além de uma prova ou vestibular, ela é necessária para a vida. 

Além disso, tento trazer para a aula uma linguagem simples, com exemplos que se relacionem ao dia-a-dia dos alunos, para que eles possam perceber como o aprendizado se aplica no nosso cotidiano.

 

Reunião de docentes do Einstein Floripa, no dia dos professores, em 2020 – Tela: Einstein/Marina Aime

 

Como é ser uma professora? Quais são as suas maiores dificuldades e satisfações?

É incrível! Poder passar para outras pessoas um conhecimento que você adquiriu é uma satisfação enorme. Fora a rica oportunidade de conversar e conhecer os diferentes alunos, pois abre nossa cabeça para conhecer diferentes realidades. 

Uma dificuldade (que também é uma oportunidade), acentuada pelo ensino remoto, é a procura constante por métodos alternativos que tornem a aula atrativa para os alunos, que não estão em um ambiente de sala de aula tradicional.

 

Quais as suas expectativas para o pós-pandemia, na área de educação? E o que pode ser feito para minimizar os efeitos desse fato no ensino público? 

Espero que a pandemia tenha servido como uma lição para nos mostrar a necessidade da educação, do ambiente escolar e da interação social. Para mim, a pandemia evidencia um sistema de educação colapsado que deverá se reestruturar, voltando-se ao desenvolvimento de cidadãos críticos, com capacidade de observar, refletir e atuar positivamente em sociedade.

 

Pessoalmente, qual a importância dos Cursinhos Universitários Populares (CUPs) no Brasil?

Os CUPs têm um impacto direto na vida de milhares de estudantes e famílias brasileiras. A existência dessas organizações é, muitas vezes, o único ponto de esperança na vida de um jovem que não teve acesso à educação de qualidade.

 

Quais seus planos para o futuro?

Continuar lecionando no Einstein Floripa em paralelo com a minha graduação. Mas pretendo que, posteriormente, minha atuação como arquiteta e urbanista seja voltada à educação.

 

O que é educação?

Educação é a arte de transformar o mundo!

 

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