Humans of Cursinhos: Flávia, aluna do Galt Vestibulares

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Nossa entrevistada de hoje é a Flávia Regina dos Santos, de 19 anos.
A Flávia é natural de Varzelândia, uma cidadezinha no norte de Minas Gerais, mas foi no Galt Vestibulares que ele encontrou suporte pré-vestibular. O sonho dela? Ser uma contadora! Vamos conhecê-la?

Flávia, você veio de tão longe. Conta um pouco da sua história, até você chegar aqui?

A história é bem longa, para ser sincera. Eu não sou daqui de Brasília. Na verdade, eu sou de Varzelândia, uma cidade bem pequena no norte de Minas Gerais. É tão pequena que não tem nenhuma faculdade por lá. Então, desde o ensino médio, eu criei a vontade de sair de lá, afinal essa seria a única forma de eu fazer uma faculdade.

Em 2015, eu vim para Brasília, onde eu tenho morado desde então numa república. Somos 5 meninas que trabalham e dividem as contas da casa.

Eu vim para Brasília porque eu queria estudar, me preparar para entrar no vestibular. Acabei descobrindo o Galt pelo Facebook. Fiz minha inscrição para a turma do segundo semestre e consegui passar. Eu fiquei feliz, e desde então o Galt tem sido parte da minha vida.

Nas últimas vezes que tentei o vestibular, eu consegui apenas bolsa parcial no Prouni, o que é complicado para mim, porque, ainda trabalhando, eu não conseguiria pagar.

Para mim, o ideal é a UnB [Universidade de Brasília], porque eu posso pedir uma vaga na moradia [estudantil].

Entendi! E como é a sua rotina hoje?

Eu saio de manhã e trabalho o dia todo numa clínica na Asa Sul. É bom porque é um local com pessoas da mesma cidade de onde eu vim. Eu trabalho como recepcionista. Na parte da noite, eu assisto às aulas no Galt.

E o que o Galt representa para você hoje?

Para mim, o Galt representa muita coisa, acho que tudo. Hoje, um cursinho particular aqui em Brasília não sai por menos de R$ 300,00 por mês, o que eu não teria condições de pagar.

Além disso, eu sempre quis passar para uma faculdade pública, porque, na minha cabeça, a pública é muito diferente da particular. Eu gosto de pensar que, na faculdade pública, eu vou ser valorizada por meus méritos. O Galt é esse caminho para mim.

Você já se perguntou por que você tem tanta vontade de fazer faculdade? Você acha que tem alguma relação com sua família, com alguém que já fez faculdade?

Não, na minha família ninguém chegou a fazer faculdade, nem mesmo meus irmãos. Minha mãe também não teve condições de fazer, embora ela tenha me incentivado muito. Eu sei que, apesar de ela não ter condições de me manter aqui financeiramente falando, ela faz o que pode me motivando. Eu falo com ela quase todos os dias.

E eu quero muito mudar de vida, sabe. Eu quero crescer profissionalmente, ser alguém na vida, na minha cidade.

Você falou em motivação. Pois bem, e quais são as motivações que você tem hoje para continuar estudando?

São várias coisas que me motivam a continuar. Com certeza, não é porque eu estou enjoada do cursinho. Eu me sinto muito bem aqui, e também sei que, depois que eu passar, eu vou continuar tendo que estudar mais ainda na faculdade.

Também não é para dar orgulho a alguém. Acho que é mais uma questão de mérito pessoal, do quanto eu sonho, do quanto eu me imagino na profissão. Sabe, eu já nem me imagino na faculdade em si, eu penso mesmo em quem eu vou ser como profissional. Isso é bastante motivador para mim.

E como que foi a escolha por ciências contábeis? Como você se vê dentro dessa área?

É uma história complicada (risos). Na verdade, contabilidade não era meu sonho inicial. Eu queria mesmo era fazer medicina veterinária, mas eu acabei descobrindo que não era bem para mim. Acabei escolhendo contabilidade; coloquei isso na minha cabeça há uns 5 anos. Desde então, eu aprendi a sonhar com uma Flávia contadora.

Futuramente, mais além, quando eu terminar o curso, eu vou prestar concurso porque eu quero ter um nome profissionalmente falando. E, mais futuramente ainda, eu quero abrir um escritório próprio, mas isso lá para os meus 35 anos. E daí eu só quero crescer como profissional, como empresária e tudo mais.

Agora uma pergunta um pouco mais difícil, mais profunda, digamos assim. O que quer ser quando crescer?

Eu quero ser… sabe quando você se sente bem… tem uma palavra para isso… realizada! É isso, eu quero me sentir realizada. Eu quero tudo aquilo que eu sempre sonhei.

Então você considera que o Galt foi um diferencial na sua vida?

Sim, com certeza. Se não fosse o Galt, eu estaria em casa, tentando estudar por conta própria.

Aqui, no Galt, eu tenho muita gente que me dá apoio, como alunos e professores. São amigos que me dão apoio todo o tempo, tudo para que eu possa conquistar minha vaga na faculdade.

É um puxando o outro.

Eu acho que a assistência do Galt é um diferencial para mim. Olha, por exemplo, o apadrinhamento. O Luiz [professor de matemática do Galt], meu padrinho, me ajudou bastante. Ele montou minha grade horária, mas de acordo com meu tempo, considerando meu trabalho. Ele também sempre pergunta quais são as matérias em que eu tenho maior dificuldade, ele constantemente conversa comigo perguntando o que eu preciso. Ele fala “sempre que você precisar, é só entrar em contato”. Essas coisas fazem eu pensar que tem alguém querendo meu bem, alguém que está me ajudando, alguém com quem eu possa contar se eu precisar. É isso.

Então, como você se sente no Galt? Quais os retornos educacional e emocional que você tem por estar ali, que te fazem ficar e continuar tentando?

Primeiramente, eu vejo meu motivo de estar ali se materializar – eu estou ali pra aprender e eu sinto, plenamente, que tô aprendendo. Tem muita matéria que eu vejo aqui que eu nunca vi na escola. Eu realmente aprendo aqui, recebo coisa nova e reforço o que já conhecia.  Quando eu sinto que tô aprendendo, eu também me sinto realizada e muito feliz.

Além disso, a rede de apoio que eu tenho aqui no Galt, formada pelos colegas e voluntários, faz muita diferença. Essa galera, que vê sua vida de fora, vem e te fala que você é capaz e que vai conseguir. Com os outros acreditando em mim, fica mais fácil manter as forças e acreditar em mim mesma!

Então, pra acabar, se você pudesse dar o recado para algum voluntário, pra alguém que trabalha num cursinho popular que você talvez nem conheça, o que você diria para essa pessoa?

Eu diria que vai valer a pena esse esforço, porque vai fazer a diferença na vida de alguém. A gente tá falando de permitir que a outra pessoa consiga uma profissão. Isso muda a vida toda dessa pessoa! Eu diria para continuar e ainda agradeceria, porque vocês estão fazendo a diferença na vida de alguém.

E, agora falando com todo mundo… tô muito feliz de estar no Galt, e graças ao Galt eu acredito que vou passar e fazer os sonhos que eles vem me ajudando a construir virarem realidade, por meio de esforço e mérito. Dando um recado para as pessoas, eu diria para elas não desistirem, para tentarem e tentarem porque, só assim, acontece! Um dia eu vou ser prova disso.

 

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